Seja global também na estratégia

Margareth Takeda, Professora de Negócios da Universidade de Pittsburgh, fala em entrevista exclusiva sobre a importância de uma análise profunda quando a empresa dá início ao processo de internacionalização. Confira.

O mundo é complexo, a vida é complexa e os modelos de negócios não são diferentes. Não é a toa que desenhar um modelo de negócio e um bom planejamento estratégico tira o sono de muitos executivos. E se a internacionalização fizer parte deste planejamento,  novos desafios precisarão ser encarados sem medo para que os negócios venham a obter sucesso.

Margareth Takeda, professora de negócios da Universidade de Pittsburgh e especialista em Gestão Internacional de Recursos Humanos, defende o conhecimento profundo e reforçado das complexidades da gestão. Molly, como é mais conhecida, tem vivido e trabalhado nos Estados Unidos, América do Sul, Europa e Ásia, e atuado com consultoria, treinamento, pesquisa, ensino em comunidades de negócios internacionais.

Ela tem realizado consultoria de globalização para as empresas, programas de formação e treinamento para executivos globais. Atualmente, Molly está ajudando uma rede global de contabilidade pública na construção da sua liderança mundial em prol do crescimento estratégico.

Em entrevista ao Portal HSM, a especialista fala sobre os desafios que as empresas têm quando desejam se internacionalizar, além de citar modelos organizacionais pré-concebidos de negócios. O paradoxo entre complexidade e simplicidade ,
Confira.

Portal HSM: Sabemos que em um ambiente de negócios tão competitivo quanto o atual, ampliar a atuação de mercado é uma das saídas mais saudáveis e inteligentes para empresas dos mais diferentes portes. O pai da estratégia, Michael Porter afirmou em agosto de 2010 em durante evento da HSM, que o Brasil sendo uma economia emergente, deveria também investir neste mercado. Na sua visão, qual seriam algumas estratégias globais eficazes para as empresas brasileiras de médio e pequeno porte que estão em busca da primeira experiência com internacionalização?
Molly Takeda: A indústria-base de Porter tem uma visão de fornecer uma estrutura para a tomada de decisão quanto a escolha da entrada de novos operadores no mercado. Durante as aulas, nós discutimos as várias razões pelas quais as empresas decidem se internacionalizar (a propensão para a internacionalização). Assim como identificamos o fator de motivação, passo importante para entender a razão das empresas escolherem esta estratégia.
E esta capacidade de entendimento é um fator crítico de sucesso para executivos que se esforçam em ter sucesso no mercado hiper-competitivo global. Por exemplo, se uma empresa está buscando ampliar o crescimento de uma linha de produtos com maior participação de mercado, uma opção é escolher um modo de entrada diferente ao invés de tentar melhorar a eficiência da cadeia de abastecimento.
Portanto, o primeiro passo na análise é identificar a razão por trás da decisão de entrar em um mercado (internacional).
Segundo Porter, os principais fatores a considerar são chamados de “forças” e incluem: rivalidade competitiva, as barreiras à entrada, poder de barganha dos compradores, poder de barganha dos vendedores e o potencial de mercado dos substitutos.
No caso de rivalidade entre os concorrentes estabelecidos, as empresas muitas vezes adequam a estratégia de entrada de seu concorrente. Assim, se a Toyota chega ao mercado em seguida, a Honda não estará muito longe. O tipo de entrada do primeiro passa a ser o espelho para o concorrente.
No caso de barreiras de entrada mais elevadas, a intensa concorrência pode levar as empresas a buscar vantagens da cadeia de abastecimento através de alianças estratégicas ou joint ventures.
No caso em que o poder de barganha dos fornecedores é forte, as empresas podem optar por entrar em um mercado de integração para trás. Isto pode ocorrer pela aquisição de um componente-chave ou raros da cadeia de valor (um exemplo brasileiro seria uma empresa de mineração visando proporcionar um suprimento constante de matérias-primas para produção do estágio final).
No caso em que o poder de barganha dos compradores é a alta aquisição, isto pode fazer mais sentido, como no exemplo da compra da Sony Columbia Pictures (Sony pode controlar a distribuição da sua enorme biblioteca de multimídia). E, finalmente, no caso de substituição – e aqui é onde o “tele” indústria da comunicação floresceu e segmentou – as empresas podem escolher o potencial do mercado de produtos de substituição nos países em que seu próprio mercado não mostra promessa (ex: 3G, sem fio, smartphones etc.)
Na minha opinião, e nos cursos que ensino, eu acredito que estes exemplos ilustram o poder de permanência da abordagem de Porter, introduzido pela primeira vez em 1980. No entanto, existem outros métodos alternativos para o estudo da estratégia que são de grande valor e, juntamente com o ponto de vista da indústria, fornecer uma compreensão mais profunda, mais reforçada das complexidades da gestão estratégica global.
Eu costumo ilustrar durante minhas aulas que, embora seja reconfortante buscar um modelo simples para explicar a complexidade, o negócio (e a vida) são complexos. O ponto inteiro de meus cursos é esclarecer aos alunos os pressupostos a serem feitos pelos líderes em relação à estratégia, para que eles possam fazer perguntas críticas e não serem  requisitados apenas para dar suporte.

Portal HSM – O modelo organizacional baseado nas hierarquias tradicionais centralizadoras está ficando cada vez mais defasado. Muitas empresas já perceberam que precisam alterar urgentemente a forma de trabalho e de incentivos. Thomas Malone, professor de Management do MIT Sloan School of Management e diretor fundador do MIT Center for Collective Intelligence, defende que os modelos organizacionais podem ser desenhados em quatro questões: estratégia, incentivos, estrutura, processo e pessoal. Você concorda com ele? E qual a sua visão sobre as estruturas organizacionais atuais?
Molly Takeda: O Professor Malone é brilhante em sua conceituação. Eu sei que existem muitas configurações diferentes sobre a estrutura organizacional que têm evoluído ao longo dos anos – teorias que tentam definir a estratégia em até quatro ou cinco dimensões simples. Embora seja sedutor, minha crença é que o mundo é complexo e temos de usar esses modelos como ponto de partida, sem imaginar o momento de capturar todos os detalhes das organizações.
Basta olhar para o Facebook e o comportamento das organizações nas mídias sociais. Ou ainda as “nascidas globais” – empresas de internet que estão geograficamente dispersas-, mas dependem de estruturas simples em sua essência.
Será que estes casos se encaixam em quatro dimensões? Mais uma vez, suponho que podemos torná-los aptos – a questão torna-se então, como é que isso serve ao nosso propósito de análise e tomada de decisão?

Portal HSM: Falando um pouco sobre Sustentabilidade. Muitas empresas fazem ações mas na prática elas não são sustentáveis. Como você enxerga esta questão das companhias?
Molly Takeada: Acredito que todo o conceito de “sustentável” precisa de uma quantidade considerável de debate sobre o que as pessoas querem dizer com o termo. Será que isso significa organizações que duram centenas de anos? Isso significa que elas não têm um impacto negativo sobre o meio ambiente? Isso significa que empregam pessoas em condições de vida saudável por um longo tempo?
Até os grandes negócios e comunidades precisam se reunir em entendimento comum. Qualquer um pode dizer que qualquer coisa é sustentável.

Portal HSM: Com o forte surgimento das mídias e redes sociais, as empresas estão buscando a consolidação do seu valor, criando ações de marketing e relacionamento. Qual a sua opinião sobre as mídias e redes sociais?
Molly Takaeda: Acredito que a mídia social representa uma revolução na forma como as pessoas interagem, constroem a compreensão de mundo pessoal e ao redor delas, permitindo que pessoas e organizações se conectem de uma forma não apresentada até agora.
Diz-se que a maioria dos usuários de internet olham agora para o Facebook, para suas notícias e feeds RSS que estão em declínio porque as pessoas têm novidades construídas em suas opções de perfil no Facebook e Twitter.
O que isto significa para as organizações é que existem muitas razões para ser socialmente engajadas através de opções de mídia. Quem não se conectar com clientes, colaboradores e com o público através da mídia social corre o risco de perder a “voz” de sua marca. Alguns exemplos de grande sucesso em estratégias de mídia social de marcas globais são Burberry, Ideo, e Nissan (onde a indústria automobilística sozinha gastou 1,2 bilhão em publicidade em mídias sociais em 2010). A mídia social está aqui para ficar.

Portal HSM
27/04/2011

Novas potências econômicas

Com a Copa de 2014, Olimpíadas e Pré-Sal, o crescimento para o Brasil deve acontecer principalmente nos setores educacional e profissional. Leia mais.

A visita da presidente brasileira, Dilma Rousseff, à China em abril, mostrou a importância das duas economias emergentes no mundo. Pertencentes ao BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China), podemos dizer que os dois são os que estão mais à frente para dar o próximo passo – serem considerados países desenvolvidos.

É claro que, para ambos, faltam muitos obstáculos para isso. O Brasil, por exemplo, precisa melhorar questões de educação – tanto de base quanto de capacitação profissional. O déficit educacional no Brasil ainda é enorme, mesmo com os últimos dados apresentados pelo Ministro da Educação, Fernando Haddad, que o número de graduados no Brasil triplicou nos últimos dez anos – passou de 350 mil para 950 mil.

Com isso, podemos notar que o crescimento econômico brasileiro nos últimos anos impulsionou não apenas o mercado “comercial”, mas também o educacional, o de capacitação de profissionais.

E este mercado terá um maior crescimento nos próximos anos – tanto pela vinda de dois megaeventos esportivos mundiais (Copa do Mundo de Futebol, em 2014, e Olimpíadas, em 2016), quanto pela descoberta do Pré-Sal.

Estes fatores citados acima, também estamparão o Brasil em todos os países, como foi com a China em 2008, quando eles sediaram as Olimpíadas, em Pequim.

Para se ter uma ideia do que um evento deste gera para economia, a Olimpíada de Los Angeles (1984) foi uma das que teve maior retorno financeiro – US$ 220 milhões. A de Pequim ficou em torno de US$ 300 milhões – e não teve um lucro maior por motivos políticos, como times de futebol que não queriam liberar seus jogadores para competirem por seus países de origem.

A China também possui obstáculos nesta caminhada para o desenvolvimento. O tipo de governo chinês, o socialismo, pode trazer, em alguns momentos, impasses para o crescimento econômico.
É claro que eles ainda dão mais ênfase para empresários nacionais do que para importação, mas algumas regras já estão sendo mudadas.

Os dois países – Brasil e China – foram os que menos sofreram com a crise financeira (meados de 2008 e 2009), o que favoreceu, e muito, o fortalecimento das duas economias e a visibilidade da importância destas duas superpotências mundialmente.

Não podemos ficar mais de braços cruzados esperando que a nossa economia cresça naturalmente. A visita de Dilma à China foi uma mostra disso – temos que ser parceiros e mostrar que, se precisamos deles para importação de produtos, eles também precisam de nós para importação de alimentos, de matérias-primas, dentre outros.

Roni de Oliveira Franco (Sócio da Trevisan Outsourcing e professor da Trevisan Escola de Negócios – E-mail:roni@trevisan.com.br)

Portal HSM
27/04/2010

REDUÇÃO DE CUSTOS NAS EMPRESAS

Por: Conde Ferrari – Consultor e diretor da F&A Tecnologia de Gestão Empresarial

Quando falamos em custos, automaticamente nos remetemos à necessidade de reduzi-los. Entretanto, as empresas se deparam constantemente com algumas dificuldades. Uma delas é que, na maioria das vezes, os esforços são focados na redução de custos já conhecidos. Eles podem ser divididos entre os bons, que agregam valor ao produto, e os maus, que geram perdas ou não trazem benefícios. Nos programas de redução, bons e maus costumam se misturar e, como consequência, o que é cortado hoje pode fazer falta amanhã.

Outro ponto que merece atenção é que os programas reducionais concentram-se em dados da Contabilidade de Custos. A dificuldade nesse caso é basear-se no fato contábil, que são acontecimentos que provocam alterações qualitativas ou quantitativas no patrimônio da empresa. Ele nem sempre será correto quanto à alocação de custos e certamente vai retratar o passado, ou seja, os já incorridos. Além disso, a Contabilidade traduz custos em moeda, sem levar em consideração as suas qualidades.

A terceira dificuldade, e talvez a maior, é a impopularidade de um programa de redução de custos. Os responsáveis pelos custos dentro da empresa são as pessoas que nela trabalham. Todos utilizam os recursos disponíveis de acordo com suas necessidades, influenciados por seus valores pessoais e pela cultura predominante na organização. Quem então pode ser contra o que está sendo praticado cotidianamente?

É fundamental, então, que as empresas raciocinem sobre a otimização de recursos e não apenas sobre os custos. O que se consome são recursos diretos, como materiais, mão de obra, equipamentos e utilidades, e indiretos, como instalações, processos, tecnologia, logística e gerenciamento. Por isso, é necessário se concentrar no custo invisível, uma praga que permeia todos os recursos e corrói os resultados. Para enxergá-lo, primeiro é necessário descobrir quais atividades realmente devem ser executadas para agregar valor ao produto ou serviço e quais componentes de cada um deles são de fato necessários.

Para isso, deve-se recorrer ao conceito denominado de Análise de Valor, que busca identificar os custos, diretos e indiretos, que nada acrescentam à qualidade, à utilidade, à aparência ou ao desempenho do produto ou serviço do ponto de vista de quem o consome.
Um projeto de otimização de custos é relativamente simples de desenvolver, mas complexo em sua implementação. Seu sucesso depende do engajamento e da mudança de hábitos dos causadores de custos, ou seja, de todos os funcionários, inclusive o presidente da empresa. De certo, um projeto conduzido com técnica e habilidade traduz-se até mesmo em uma organização mais feliz, devido aos resultados obtidos.

Nenhum sucesso é alcançado facilmente. Porém, uma vez experimentado, ele contagia a todos, tornando-se uma espiral ascendente de resultados empresariais.

Inteligência Competitiva e o SAP – Sistema Avançado de Planilha

Por Alfredo Passos

Apesar da evolução contínua da área de Inteligência Competitiva nesta última década, um dos grandes desafios profissionais, é mostrar para os gestores onde um profissional ou um núcleo de Inteligência faz a diferença.

Muitas empresas querem começar de forma “pequena”, tímida, em uma determinada área ou departamento da empresa, com um pequeno projeto, mas sem prover o profissional dos mínimos recursos para realização de um bom trabalho. Por vezes, difícil até a aprovação de uma assinatura de um jornal econômico diário.

Os gestores compreendem que é uma área importante, que já ouviram falar, sabem dos resultados, mas para a empresa onde estão, é melhor ter cautela.

E para começar nada melhor que solicitar para um profissional que esteja muito tempo na empresa, liderar o projeto. Com este conhecimento interno, o profissional que normalmente é de outra área, começa a desenhar o projeto de Inteligência, buscando informações “gratuítas” através de consultores, fornecedores, visitas técnicas e publicações, além de cursos rapidos.

Ou seja, a alta direção, ouviu dizer que Inteligência dá resultado, quer ter na sua empresa mas claro não quer fazer o investimento necessário. Então repassa “o desafio” para um profissional que na verdade também não sabe bem o que é, mas certamente vai dar um jeito para fazer o melhor que pode.

E nesta aventura, algumas semanas, meses, vão se passando entre as discussões e entrevistas internas com os executivos. Afinal nas publicações, livros, visitas técnicas, uma recomendação se repete: ouça o seu cliente interno, o seu futuro usuário de informações. Afinal você irá coletar dados e informações e irá transformá-los em Inteligência para que os tomadores de decisão possam “decidir”.

Próxima etapa: armazenamento da informação. Diante das rápidas mudanças tecnológicas, logo uma questão se apresenta: como vamos armazenar esta “Inteligência” e como vamos disponibilizá-la para empresa?

SAP – Sistema Avançado de Planilhas

Agora, o diálogo, conversas e reuniões sobre software começa a ser intenso. Busca-se conhecimento para ver as opções, mas diante da falta de orçamento, ou seja, não se pode investir em nada para Inteligência Competitiva, então o profissional começa por onde a maioria das empresas e analistas de mercado, está hoje: nas planilhas excel. E assim nosso SAP, Sistema Avançado de Planilhas está implantado na empresa e na área de Inteligência Competitiva.

Com este “SAP” em execução precisamos de um “piloto” e o investimento para cursos de “excel 1, 2, 3, avançado, planilhas dinâmicas”, como é debitado no centro de custo de recursos humanos sempre é possível. Já conversei com colegas da Microsoft que está na hora da empresa lançar um programa de brevê de piloto comercial Excel, pois com isso haverá uma contribuição enorme para o mercado de trabalho brasileiro e para o mundo corporativo que adora “certificações”.

Mas afinal quem é o piloto para as planilhas? Claro e óbvio que o “escraviário”. Ou até se tiver descendência asiática o “trainee”. Afinal “olhinhos puxados” tem tudo a ver com excel como diria o filósofo Galvão Bueno.

Mas e o programa de Inteligência Competitiva?

A Inteligência Competitiva é um componente crucial da emergente economia do conhecimento. Ao analisar os passos de seus concorrentes, esta metodologia permite que empresas antecipem futuras direções e tendências do mercado, ao invés de meramente reagir a elas.

Mas, Inteligência Competitiva não é só analisar, monitorar, averiguar, as ações dos concorrentes. Posso realizar um trabalho voltado aos novos concorrentes, aos fornecedores, aos compradores, aos consumidores, aos produtos substitutos, as novas tecnologias, ou seja, as questões do ambiente externo.

Então quando muitos profissionais repetem a famosa frase “a maioria das informações sobre a concorrência está dentro da empresa”, até pode ser. Mas uma empresa não sofre ameaças somente dos concorrentes atuais. Por isso, a empresa procurar fazer as análises de Porter, PEST,  PESTAL para a análise das 6 forças do macroambiente: demográficas, econômicas, ambientais, político-legais, tecnológicas e socioculturais, para identificar as ameaças e oportunidades do mercado.

Técnica TNC, legista e geriatra em Inteligência Competitiva

E se o trabalho de Inteligência Competitiva é voltado a observação do ambiente externo, então vem a pergunta: quanto do seu tempo meu caro amigo, minha cara amiga é voltado a técnica TNC? TNC, sim: Tire as Nádegas da Cadeira.

É no mercado, nos clientes, nos consumidores, que as mudanças estão acontecendo e o máximo que nosso “piloto de excel” está fazendo é o trabalho de um legista, ou seja, sempre informando a causa da morte do paciente.

Mas “nosso piloto” precisa ficar livre para ser um geriatra, ou seja, receitar as vitaminas necessárias para que o paciente possa envelhecer em bom estado de saúde “bem saradão”.

E para isso, é preciso observar, pensar, em como pode antecipar sinais de mercado, ações de outras empresas (que podem ou não ser concorrentes) que possam ameaçar os negócios da empresa. Inúmeros são os exemplos de empresas que compram outras que não são necessariamente do mesmo negócio.

Exemplo, a Lojas Americanas comprou por R$ 186,2 milhões da BWU, empresa que pertence ao Unibanco Empreendimentos e Participações, as 127 lojas da rede de videolocadoras Blockbuster no Brasil. Ou seja, não foi uma rede de videolocadoras que comprou outra. Passe os olhos no balanço da LA para ver qual é o negócio deste grupo de empresas.

Por isso, planilhas e softwares continuam sendo bemvindos para o trabalho de Inteligência Competitiva, mas parafraseando o Ministério da Saúde do Brasil:

“O Ministério da Saúde adverte”: PLANILHAS E SOFTWARES PODEM CAUSAR IMPOTÊNCIA MENTAL.

Fonte:
http://alfredopassos.wordpress.com/2011/04/15/inteligencia-competitiva-e-o-sap-sistema-avancado-de-planilha/

Sucessão Empresarial

O futuro de qualquer empresa está diretamente ligado ao processo sucessório.

Entretanto o tema geralmente remete a algo complexo, sensível e muitas vezes propositalmente deixado de lado por ser encarado como um “vespeiro” organizacional.

De fato, mais de 60% das empresas familiares não possuem uma política de sucessão, onde os herdeiros acabam sendo sucessores naturais, independentemente da competência ou mesmo vontade dos mesmos.

É um risco e tanto para os negócios quando o fundador, confiante em seu sucesso, não prepara cuidadosamente o sucessor.

Em nossa visão o processo na verdade é mais simples desde que bem tratado. Além disso não vemos uma mas várias sucessões na história das empresas. Com efeito para cada colaborador afastado ou que se desloque de cargo há um processo de sucessão em aberto.

O fundamental então é internar o processo como uma atividade cotidiana e não um evento isolado.

É necessário que a empresa tenha um mapeamento das competências internas.

Cada funcionário deve ter suas habilidades, experiência e formação mapeadas. Para cada cargo estas características devem ser claramente identificadas.

O desvio existente entre o potencial do funcionário e o potencial desejado traduz-se num programa de capacitação, e mais que isso, gera indicadores no processo de sucessão.

Outro fator fundamental é a internação do conhecimento como um ativo da empresa e não do empregado, através de um mapeamento de processos.

O mapeamento permite documentar todo o sistema operacional da empresa gerando enorme facilidade na integração de novos funcionários ou em casos de substituição.

Além disso rompe a dependência do conhecimento isolado, de conseqüências danosas para a organização e para o detentor único do conhecimento que se torna aprisionado ao mesmo, sem chances até de promoção.

A sucessão deve sempre ser amparada na competência e não nos segredos profissionais que só o sucessor domina.

Também não deve ser tratada como um evento genético, mas organizacional.

Não afirmamos que o tema é simples ainda assim.

Porém nos processos sucessórios bem sucedidos estão presentes um planejamento adequado e apoiado na meritocracia.

Da mesma forma que os fracassos são acompanhados da improvisação. Todos conhecemos casos de sucesso e outros que não deram certo.

É interessante notar que os resultados positivos e negativos, via de regra, seguem os mesmos motivos em série.

Neste caso, mais que em qualquer outro, melhor aprender com os erros alheios. Com erros próprios pode não dar tempo para se aprender.

Conde Ferrari – Diretor da F&A Tecnologia de Gestão Empresarial
http://www.ferrariassociados.com.br

Social Commerce, a onda do momento

Consumidores começam a se familiarizar com o conceito ainda pouco utilizado pelas marcas. Saiba mais!

Aproveitar a febre das redes sociais para vender. Esta é a proposta do Social Commerce, conceito ainda recente no Brasil e no mundo. Em tese, a prática une as lojas virtuais às ferramentas de mídia social, mas pode ir além. A ideia é usar a tecnologia para incentivar e facilitar uma prática muito comum entre os consumidores: a troca de informações sobre produtos, marcas e serviços entre amigos.

Com o Social Commerce, as empresas têm a chance de ampliar o relacionamento com os clientes e agregar credibilidade ao que oferecem. No Brasil, surgem alguns cases de marcas que aproveitam o conceito, mesmo que não apliquem a ideia na íntegra. É o caso de redes sociais como byMK e Frugar e de marcas como HP e Drogaria Onofre.

“A tecnologia veio para ajudar a fazer o que já se fazia muito bem no passado, mas atingindo um número maior de pessoas ao mesmo tempo. Social Commerce é isso: consumidores unidos trocando informações para comprar. Uma coisa é ouvir que o notebook da HP é legal do seu amigo, outra é ouvir da própria HP, por exemplo”, explica Pedro Eugênio, Sócio-Fundador do Busca Descontos, em entrevista ao Mundo do Marketing.

De olho nos esmaltes

Aproveitando a tendência, a Drogaria Onofre resolveu unir elementos de interação típicos de redes sociais ao seu e-commerce. A empresa lançou uma loja virtual de esmaltes, em que as consumidoras podem deixar dicas relacionadas ao assunto. Na página é possível ainda ver todos os comentários postados no Twitter da Onofre sobre o tema.

A ideia da loja exclusiva para esmaltes aproveitou o boom dos produtos na internet, que viraram mania em blogs e sites de beleza. “A Onofre tem uma gama grande de produtos. É difícil localizá-los no site. Então pensamos em trabalhar nichos. O esmalte é o primeiro deles. Quisemos não só criar a página, como também ter interação, porque as pessoas têm dicas para contar e gostam de participar”, diz Lismeri Ávila, Diretora de Operações da Drogaria Onofre, em entrevista ao portal.

O resultado foi positivo. Na primeira semana, a empresa observou uma manifestação a cada quatro minutos, com 30 dicas recebidas nos dois primeiros dias. Destacar os esmaltes em uma sessão exclusiva também aumentou as vendas. Algumas marcas que não eram tão conhecidas dos clientes Onofre, como Mavala e Bourjois, viram seu lucro triplicar.

Vídeos e venda

A HP também resolveu investir em mídia social para se aproximar dos consumidores. Inspirada em casos como o da marca europeia de moda French Connection, a companhia lançou uma loja virtual no Youtube. Na página, além de comentar sobre os seus produtos e ler o que os consumidores têm a dizer, os internautas encontram vídeos explicativos. Caso se interessem por algum produto específico, é só clicar e ser redirecionado para o e-commerce.

“A HP busca formas de proporcionar experiências no ponto de venda físico, convidando o cliente a ir à loja. Na internet é um desafio, por isso a ideia do Youtube. O consumidor brasileiro tem o hábito de acessar vídeos para entender melhor os produtos. Então resolvemos fazer uma conexão entre vídeos e venda, com nossa loja online”, conta ao portal Renata Gaspar, Diretora de Marketing da HP no Brasil.

O projeto foi desenvolvido exclusivamente para o mercado nacional, mas já desperta o interesse do time mundial de Marketing da HP. Duas semanas após o lançamento, a HP YouStore já figura entre os cinco brandchannel mais acessados no Youtube, contabilizando cerca de 123 mil exibições e 476 internautas inscritos.

Confiança na hora de consumir

Por ser um conceito novo, entretanto, o Social Commerce pode ser aplicado de várias formas, basta que o consumidor esteja no centro da estratégia das empresas e as informações obtidas a partir dele ajudem na venda.

A Amazon pode ser considerada uma das primeiras companhias a unirem comércio eletrônico e interação social. O site ficou conhecido por dar espaço aos internautas para indicarem e comentarem sobre produtos por meio de comentários.

“O Social Commerce permite maneiras novas para que o cliente sinta-se mais seguro ao comprar. A aprovação de pessoas em quem confia vale muito mais do que a da própria marca. Isso aumenta a probabilidade de efetuar a compra”, acredita Natan Sztamfater, Sócio-Diretor da agência CookieWeb, em entrevista ao Mundo do Marketing.

Redes sociais como o byMK também utilizam o conceito, mesmo não realizando vendas. No site, os usuários cadastrados podem trocar informações sobre marcas de moda e seus produtos. A interação gerada a partir da rede acaba por influenciar a decisão de compra dos consumidores.

Caminho de decisão para a compra
Aproveitando a oportunidade de mercado, o Frugar nasceu para dar espaço aos internautas que desejam discutir sobre produtos e serviços. “Vimos que na internet não havia um lugar onde as pessoas pudessem fazer essa troca de forma mais direta. Nas redes sociais como Orkut e Facebook, as informações se perdem, já que o conteúdo não é específico”, ressalta Rodrigo Waissman, Diretor de Marketing do Frugar.

No site lançado em novembro de 2010, os usuários encontram resenhas feitas pelos próprios internautas, o que acaba dando uma percepção de confiança aos consumidores. Mesmo que a opinião seja de um desconhecido, ela acaba sendo levada em conta porque o cliente se identifica com o contexto do outro, que entende a sua necessidade.

Apesar de não ser um canal de venda direto, o Frugar disponibiliza ainda uma busca por produtos que apresenta os preços para que o cliente decida em que varejista online deseja comprar. “Nossa preocupação é oferecer ao nosso usuário todo o caminho da decisão de compra. Desde a consulta a amigos, passando pela concretização e, depois, podendo falar se ficou satisfeito ou não”, relata Waissman.

Os exemplos mostram que o Social Commerce tende a ser um caminho sem volta. Basta que as marcas saibam unir ferramentas de mídia social à venda. “Há 10 anos, quem mandava era a indústria. Depois foi a vez do varejista. Agora, o poder está na mão do consumidor. Se ele fala que não gosta, a repercussão é muito fácil de ser ouvida. As oportunidades de negócio estão para as empresas que conseguirem capturar essas informações e mostrá-las de um jeito fácil e interessante”, diz o Sócio-Fundador do Busca Descontos.

Por Sylvia de Sá, do Mundo do Marketing – sylvia@mundodomarketing.com.br / http://www.mundodomarketing.com.br

Portal HSM
01/04/2011