O impacto das redes sociais na estratégia das empresas

Na primeira parte da entrevista, a consultora Cátia Lassalvia analisa o uso das mídias sociais como uma ferramenta estratégica. Fala ainda do uso da inovação aberta e da geração de valor econômico a partir dessa tendência.

Parte 1.

Parte 2.

 

Fonte: http://www.hsm.com.br/videos/o-impacto-das-redes-sociais-na-estrategia-das-empresas

Internet transforma e aquece o mercado de turismo

Setor atrai empresas de outros segmentos, como Submarino, Saraiva e Americanas.com

A internet alterou profundamente o mercado de turismo no Brasil. Empresas como a Decolar.com, em operação desde 1999, dividem espaço com players mais novos, como o Viajanet, lançado há menos de dois anos, e o Hotel Urbano, que segue a tendência das compras coletivas. A competição do setor se torna mais acirrada com a expansão de grupos como Submarino, Americanas.com e Saraiva. As empresas passaram a atuar no segmento de turismo para atrair novos clientes e aproveitar o potencial de um mercado que, no geral, deve crescer 17,3% em 2011, segundo dados do Ministério do Turismo.

Não foram apenas as características do setor que mudaram com o desenvolvimento da web. O modo como os consumidores se relacionam com as empresas também sofreu alterações. Se antes uma viagem demandava pelo menos uma semana de pesquisa em agências de turismo, hoje esse tempo pode ser reduzido a um click. Há também novas ferramentas que permitem aos clientes compartilharem com outros sua satisfação ou descontentamento com as empresas do segmento.

Há 12 anos, quando a Decolar.com  iniciou suas operações no Brasil, o mercado era incipiente. Poucas pessoas compravam pela internet e o desafio da empresa era conquistar a confiança do consumidor. Para alcançar este objetivo, a agência de turismo online investe até hoje em tecnologia para a criação de ferramentas que facilitem a vida do consumidor. Este ano, a Decolar.com deve investir R$ 8,5 milhões em aperfeiçoamento tecnológico.

Buscadores e vendas

A estratégia da companhia é voltada principalmente para os sites de busca, como Google e Yahoo, que recebem 50% da verba destinada para ações de Marketing. “Hoje, quando alguém pretende viajar, o primeiro lugar que pensa para fazer uma pesquisa são os buscadores. É nesse momento que devemos captar os potenciais clientes, pois os mesmos já possuem um objetivo definido”, explica Alípio Camanzo, CEO da Decolar.com no Brasil, em entrevista ao Mundo do Marketing.

Trazer novos consumidores e fidelizá-los é outro desafio, mas também uma oportunidade para os players de turismo. Nos próximos seis meses, 31,6% dos brasileiros afirmaram que pretendem viajar, de acordo com dados do Ministério do Turismo. Com foco nesta perspectiva, empresas de outros segmentos como Submarino, Americanas.com e mais recentemente a Saraiva passaram a investir no turismo. Um dos elementos que podem colaborar neste processo é a confiança dos consumidores nestas marcas.

De olho no boom da internet, companhias experientes como a CVC, que completou 39 anos no último sábado, dia 28, passaram a investir no ambiente digital. Em 2001, a empresa criou sua primeira agência de viagens online e atualmente opera com 10 portais. A maior parte dos clientes, no entanto, ainda procura as lojas físicas para adquirir os serviços prestados pela operadora de turismo. Do total do faturamento, apenas 10% vêm das lojas virtuais.

Preço como diferencial

Já o ViajaNet é um dos exemplos de companhias que resolveram aproveitar o aquecimento do mercado online. A agência de turismo foi criada em 2009 e opera apenas na internet. No primeiro ano de atuação, a companhia obteve um faturamento de R$ 50 milhões. Para continuar crescendo, o Viajanet investe no potencial de consumo das classes C e D e espera quadruplicar o resultado de 2010 em 2011, alcançando o total de R$ 200 milhões.

A partir deste ano, a marca também começa a utilizar a comunicação offline para ampliar a sua atuação, com anúncios em impressos. “Uma das limitações da internet é que em alguns momentos não será possível crescer no ambiente virtual, pois estaremos atingindo os mesmos clientes. Para conquistar novos e desenvolver um recall mais forte para marca precisamos migrar para outros meios também”, afirma Alexandre Todres, Sócio-Fundador do Viajanet.

Uma das principais apostas das empresas na hora de se diferenciar e aumentar a participação de mercado é o preço, já que é critério de escolha para muitos internautas, principalmente entre aqueles que comparam ofertas em sites de busca. O pós-venda, entretanto, muitas vezes é deixado de lado. Proporcionar uma experiência de compra desagradável ao consumidor acaba sendo um risco para as marcas. Do mesmo modo que a web pode facilitar a vida dos clientes, ela também tem o poder de colaborar para arranhar a imagem das empresas.

Experiências compartilhadas

Na hora de optar por um serviço de turismo, a opinião de familiares e amigos é tão – ou mais – importante quanto o que as empresas falam. Para facilitar a escolha dos consumidores, foi criado o portal Trip Advisor. No site, os internautas compartilham suas experiências nos mais variados destinos. Há rankings com os melhores ou piores estabelecimentos, hotéis, restaurantes e o nível dos serviços prestados pelas empresas de turismo. Monitorar estes portais permite que as companhias conheçam melhor o seu público-alvo, suas necessidades e expectativas.

“O cliente hoje tem acesso a um número vasto de informações que pode utilizar quando pretende viajar. Ele pode conferir não somente os melhores horários e preços para voos, como também visualizar fotos do hotel onde estará hospedado, o nível de conforto e o que as pessoas estão dizendo a respeito do estabelecimento”, diz Alexandre Umberti, Diretor de Marketing e Produtos da e-bit, em entrevista ao Mundo do Marketing.

As redes sociais também são pontos de contato importantes. Além de canais de divulgação de promoções, sorteios e ações de Marketing, sites como Facebook e Twitter permitem o relacionamento com as marcas e possibilitam iniciar uma experiência de compra a partir de atrativos como jogos. Um dos exemplos é o game “Quer viajar comigo”, desenvolvido pelo Viajanet.

Compras coletivas criam oportunidades

Acompanhando as mudanças do mercado, há empresas que investem no conceito de compras coletivas com foco no setor de turismo. É o caso do Hotel Urbano, criado em dezembro de 2010. Em pouco tempo, o desempenho do portal superou as expectativas e hoje é o 8º site de compras coletivas do Brasil mais acessado, segundo o ranking do Bolsa de Ofertas, que monitora o segmento no país.

Algumas das prioridades do Hotel Urbano são o atendimento e a seleção de parceiros para evitar um dos maiores problemas enfrentados pelas empresas do segmento: o mau atendimento. “Atualmente os sites de compras coletivas são muito conhecidos por tratar mal os clientes”, afirma Paulo César, Diretor do Hotel Urbano, em entrevista ao Mundo do Marketing.

Para evitar possíveis problemas, o Hotel Urbano monitora os consumidores desde sua saída até a chegada e estadia nos hotéis e pousadas parceiras do site. O objetivo é proporcionar uma experiência agradável e fazer com que os clientes retornem ao site para adquirir novos produtos. Outra vantagem dos sites de compras coletivas é a possibilidade de trabalhar a sazonalidade do setor de turismo.
Hoje, hotéis e pousadas procuram estes portais para promover suas marcas e trazer clientes em períodos de baixo movimento. Somente o Hotel Urbano recebe cerca de 50 convites por dia de empresas interessadas em firmar parceria.

Fonte: Mundo do Marketing (www.mundodomarketing.com.br. A reportagem é de Cláudio Martins)

Portal HSM
17/06/2011

Conhecimento dentro das empresas

Davi Nakano, professor da Fundação Vanzolini, fala sobre  ferramentas e processos para organizar e compartilhar o conhecimento organizacional

“Muitas empresas têm dificuldades para organizar e compartilhar o conhecimento interno e as informações tendem a ficar concentradas apenas na cabeça de alguns colaboradores”, afirma Davi Nakano, professor do curso de capacitação Gestão Estratégica do Conhecimento, da Fundação Vanzolini.

Segundo Nakano, as empresas e os profissionais precisam entender e utilizar métodos e ferramentas para gestão da informação que aumentem sua competitividade em ambientes cada vez mais turbulentos. “Para isso, é preciso mapear, registrar, organizar e compartilhar o conhecimento organizacional de forma a utilizá-lo com eficiência e sustentabilidade”, destaca.

O professor observa que a gestão do conhecimento tem duas vertentes fundamentais: uma baseada no uso de ferramentas tecnológicas e outra que focaliza a gestão e a integração das pessoas no ambiente em que trabalham. “Com isso, muito do conhecimento gerado pelos colaboradores de uma empresa pode ser capturado, armazenado e disseminado, seja com o auxílio de ferramentas tecnológicas, como portais e intranets, ou por redes sociais”, explica.

Com uma estratégia baseada nessas duas vertentes, as empresas de diferentes portes terão facilidade para organizar e transmitir o conhecimento organizacional entre os funcionários e os futuros colaboradores.  “O país enfrenta escassez de trabalho qualificado, e as empresas necessitam de formas de treinamento e capacitação rápida. A gestão do conhecimento é uma das alternativas para solucionar esse problema”, aponta Nakano.

Não é de hoje que muitas empresas investem em ferramentas para administrar seu conhecimento. “Percebemos que algumas consultorias de médio e pequeno portes em TI já iniciam suas ações com enfoque nesta nova percepção de mercado. No setor industrial, este tipo de iniciativa ainda é muito lenta. Já as grandes empresas do varejo estão fortemente estruturadas com ações que fortalecem a gestão do conhecimento gerado no ambiente de trabalho, finaliza Nakano.

Portal HSM
03/06/2011

Orquestra Abadiense de Viola Caipira

Prezados (a), tudo bem?

Como diz um bom mineiro, dexaeu contar istoria procês, o trem é bão dimais: Sábado 04/05 era para ser um dia comum, mas fiquei surpreso ao saber que a Orquestra dos Violeiros estaria aqui em BH – no Expominas no evento Expocachaça, não pensei muito logo me preparei e fui registrar essa maravilha de trabalho, bom não tenho muito a dizer apenas ouçam e vejam quão maravilhoso é esse trabalho, onde fica resgatado a dignidade, cidadania e cultura não só para esses adolescentes e crianças mas para toda música Brasileira e Mineira.

Abaixo a fotos dos 2 idealizadores desse projeto a Sra. Valdete e o Sr. João (Presidente da Associação)

Sr. João recitando com grande lisura o poema de Rolando Boldrim – Imperdível….

Abraço forte,

Ricardo Santos

Visitem a página: https://ricardorsantos.wordpress.com/projetos-sociais/  – Saiba um pouco mais…

Iguais, porém diferentes

A capacidade de estabelecer relacionamentos é o que diferencia um profissional do outro. Leia mais.

Você já viu essa história: duas pessoas com a mesma origem, a mesma educação, a mesma formação escolar e acadêmica e as mesmas oportunidades na vida.  E por que um deslancha na vida, enquanto o outro na maior parte do tempo patina sem sair do lugar? Qual a diferença, o fator determinante para isso? Alguns diriam que é sorte. Os que se derrotam, principalmente, são os primeiros a acreditarem nisso, delegando toda possibilidade de sucesso a fatores externos, como a decisão a ser tomada pelas pessoas do seu entorno, ou a decisão do tempo.

Mais que a competência do conhecimento lógico e racional, representada pelo quociente de inteligência (QI), o que faz grande diferença nessa conta é a capacidade de estabelecer relacionamentos. E quando falamos de relacionamentos, falamos tanto daquele que é empreendido consigo mesmo, com vistas ao controle dos nossos impulsos, como aquele que é empreendido com o entorno, e que se materializa pelo exercício de compaixão e o estabelecimento de empatia com todos aqueles com quem nos relacionamos.

A inteligência intrapessoal, que é nossa conversa interior, somada à inteligência interpessoal, que dá o tom nos nossos relacionamentos, compõe o nosso Quociente Emocional, o nosso QE. É o ponto em que até mesmo os “iguais” tornam-se diferentes.

Na hora de escolher entre dois profissionais tecnicamente iguais, tanto nos momentos de contratação como de desligamento, normalmente permanece aquele que possui maior capacidade de integração, já que ela potencializa a sinergia entre as inteligências do grupo. Sinergia, como sabemos, é uma conta que envolve soma e multiplicação simultaneamente.

A atenção ao componente relacional, que nos ajuda a enxergar o nexo que existe entre os componentes de uma equipe, fazendo cada um perceber o todo, é uma das habilidades mais valiosas em empresas e instituições onde o produto final é fruto de trabalho coletivo. Gênios com maior habilidade nessa ou naquela especialidade, caso não aprendam a compartilhá-la, bem como estimulá-la também nos demais, correm o risco de acabarem isolados, hermeticamente fechados em seu mundo.

Sucesso é uma comemoração que se celebra em grupo, em equipe. Comemorar sozinho não tem a menor graça. E você? Como tem cuidado desse importante componente do seu sucesso?

Eduardo Zugaib (Profissional de comunicacão, escritor e palestrante motivacional – www.eduardozugaib.com.br)

Portal HSM
06/06/2011

Financiamento para siderurgia totaliza quase R$ 20 bilhões em três anos

Escrito por Observatório do Pré-sal
A siderurgia global tem hoje capacidade para produzir cerca de 2 bilhões de toneladas. Se operasse a todo vapor, haveria uma sobra de 530 milhões – sempre de toneladas. No Brasil, a expectativa é que o consumo de aço aumente puxado pelos investimentos no pré-sal, infraestrutura, construções e expansão da produção de carros e a maioria contou com financiamentos do banco. O assunto foi discutido na última semana durante o Congresso Brasileiro do Aço em São Paulo. Os dados apresentados aqui são do especial sobre o setor siderúrgico publicado pelo Valor Econômico.

Critérios falhos e transparência duvidosa
jornal também destaca que o setor tem sido favorecido pelos desembolsos do BNDES (R$ 19,5 bilhões de 2007 a 2010). Faltou dizer que esses financiamentos contaram com critérios sociais e transparência questionáveis. A CSA, citada na matéria, é um antiexemplo para o banco. O empréstimo serviu para a construção do porto da siderúrgica prejudicando uma área de manguezal; também para a coqueria, construída por trabalhadores chineses; e uma termelétrica movida a carvão mineral. Todos apresentaram, em alguma etapa, problemas sociais e ambientais segundo o Ministério Público Estadual. A Fiocruz alerta para danos à saúde dos moradores e, em função da disputa pelo território, um pescador passou a receber proteção da Secretaria Especial de Direitos Humanos. Tudo isso em uma cidade que deu início à contagem regressiva para a Rio+20.
Dimensão social
O cobertor curto do governo para a dimensão social do crescimento econômico não é novidade, mas foi capa do Globo na última semana. “Governo não protegerá nem 30 de 165 ameaçados de morte”. Também gerou notas de organizações e movimentos sociais sugerindo uma beneficiamento  indireto do setor mínero-siderúrgico com as execuções de ambientalistas nos últimos dias. Leia a nota do FAOR e da CPT sobre o tema.
O futuro incerto da energia nuclear
Enquanto na Alemanhã era anunciado um fim para a geração de energia nuclear, no Brasil, a Medida Provisória que incentiva a construção de usinas nucleares foi aprovada no Senado. Conheça o progresso que perde com a extração de urânio no Brasil e na África.
Por fim e ainda no setor energético, uma semana após a entrada da mineradora Vale na hidrelétrica Belo Monte, o Ibama concedeu a licença de instalação. Nem todas as condicionantes foram atendidas segundo os  técnicos do órgão ambiental, sendo algumas postergadas desde antes da licença prévia.
Fonte: http://www.plataformabndes.org.br/index.php/pt/noticias/38-materias/693-financiamento-para-siderurgia-totaliza-quase-r-20-bilhoes-em-tres-anos

Michael Porter mostra como resolver o desafio de incorporar a responsabilidade social na estratégia

Por Fátima Cardoso, para o Instituto Ethos

Muitas organizações monitoram seus investimentos sociais e publicam relatórios de sustentabilidade. Poucas empresas, entretanto, integram as questões sociais e ambientais na sua estratégia de maneira a reforçar a vantagem competitiva para o negócio. Essa foi a avaliação de Michael Porter, um dos mais conceituados especialistas em estratégia do mundo, ao falar para uma platéia brasileira durante o Fórum Mundial de Estratégia, realizado em São Paulo pela HSM.

Porter, diretor do Institute for Strategy and Competitiveness, da Harvard Business School, vê três fases na história da responsabilidade social empresarial. Na primeira, as empresas reagiam às pressões exercidas pela sociedade, como campanhas feitas por organizações não-governamentais em defesa do meio ambiente ou contra a discriminação racial. Na segunda fase, que vivemos agora, as ações estão voltadas à filantropia e ao investimento social privado, além da preocupação com a imagem da empresa. A terceira, que está começando, é a da responsabilidade social estratégica. “É a responsabilidade social do valor compartilhado, em que se cria valor tanto para a sociedade quanto para os negócios”, afirma Porter. Para chegar a ela, segundo Porter, é preciso descobrir onde os impactos das atividades da empresa são substanciais e quais os ambientes externos que a afetam. “A partir daí, identificamos as poucas áreas em que podemos fazer uma grande diferença. É nesse ponto que a RSE começa a ser eficiente”, diz Porter.

Atualmente, de acordo com Porter, há quatro justificativas básicas para que uma empresa desenvolva ações de responsabilidade social: obrigação moral, sustentabilidade, licença para operar e reputação. Todas elas, entretanto, estão mais direcionadas a minimizar conflitos e não criam valor – nem econômico, nem social – para o negócio. Por isso, segundo ele, a RSE é reativa, em vez de criar uma agenda positiva, além de pouco focada. As empresas investem em diversos tipos de projetos, que têm muito pouco a ver com seu negócio, apenas porque reagem a pressões sociais. Algumas se preocupam demais em ficar bem colocadas nas pesquisas de avaliação das empresas feitas por algumas organizações. Segundo Porter, isso é um erro: “a preocupação com esses rankings colocou nossa estratégia de RSE na mão dos outros”. Essas quatro justificativas estão mais focadas na tensão entre os negócios e a sociedade do que na interdependência entre eles. Deixar-se guiar por elas pode levar a equívocos. “Essas linhas genéricas dão pouca orientação específica ou prioridades para as ações das empresas”, avalia.

Para Michael Porter, incorporar a responsabilidade social à estratégia significa incluir a dimensão social à proposta de valor da empresa. Isso começa pela mudança de mentalidade. “Pensar a economia e a questão social separadamente é um terrível erro. Precisamos de boas condições sociais e ambientais, do contrário as empresas poderão ter sucesso por um ou dois anos, mas não no longo prazo”, diz. Segundo ele, há três pontos fundamentais que as empresas devem entender sobre seu papel em relação às questões sociais. Primeiro: as empresas não podem resolver todos os problemas sociais, nem arcar com o custo de fazer isso. Segundo: as empresas precisam abordar sua agenda social de maneira proativa e estratégica. Terceiro: as empresas precisam agir nas questões sociais onde podem agregar maior valor.

De acordo com Michael Porter, o desafio de cada empresa é descobrir em quais áreas ela pode criar valor com suas competências. Para implementar uma agenda social corporativa, o primeiro passo é perceber as categorias da atuação com responsabilidade social, segundo a definição de Porter:

– questões sociais gerais: são áreas importantes, mas que não são diretamente afetadas pelas atividades da empresa, nem têm influência na competitividade no longo prazo. Estão ligadas à boa cidadania corporativa

– impactos sociais na cadeia de valor: definir as áreas nas quais as empresas têm grande impacto social ou ambiental. Caso, por exemplo, de indústrias que utilizam grande quantidade de água e produzem efluentes, ou utilizam árvores com matéria-prima, ou testam produtos em animais

– dimensões sociais do contexto competitivo: perceber em que medida os ambientes externos afetam a empresa. Para um fabricante de automóveis, por exemplo, um fator importante é a condição das ruas e estradas no mercado onde opera

Um dos grandes equívocos que as empresas cometem, segundo Michael Porter, é aplicar a maior parte de seus recursos nas ações de boa cidadania corporativa. Segundo ele, esse investimento deveria corresponder a menos de metade dos gastos nessa área. A estrutura destinada a direcionar a aplicação de dinheiro doado ou o trabalho voluntário deve ser simples e pode ser deixada sob controle de um comitê de funcionários, e não de um grande departamento da empresa. “Os funcionários sabem melhor onde e como querem colaborar. Doe o dinheiro e deixe que eles resolvam”, aconselha Porter.

Para começar a pensar a responsabilidade social de maneira estratégica, o primeiro passo é olhar a cadeia de valor da empresa e descobrir quais questões sociais e ambientais sofrem o maior impacto de suas atividades – caso, por exemplo, de emissão de poluentes ou da possibilidade de que algum fornecedor explore trabalho infantil. Mitigar os impactos negativos, sejam sociais ou ambientais, é obrigação, e algo que deve ser feito tendo como base as melhores práticas de quem atua nesse mercado.

A partir daí, segundo Michael Porter, o grande salto da incorporação da responsabilidade social à estratégia acontece nas áreas em que a empresa pode fazer uma grande diferença. Para explicar o que isso significa, ele cita o exemplo da atuação da Nestlé na Índia, na região de Moga, desde 1962. As condições locais eram de extrema pobreza, degradação ambiental e má saúde dos animais. A Nestlé implantou centrais de compra de leite nas cidades e investiu no que Porter classifica de “aperfeiçoamento do contexto competitivo”. Ofereceu assistência técnica aos fazendeiros, enviando equipes de veterinários, nutricionistas e agrônomos. Promoveu cursos de treinamento a esses fazendeiros e melhorou o fornecimento de água aos animais, por meio de ajuda técnica e financeira para a perfuração de poços.

Hoje, a Nestlé compra leite de mais de 75.000 fazendeiros daquela região, que, segundo Michael Porter, apresenta melhores condições sociais e um padrão de vida superior a regiões semelhantes da Índia. “Esse trabalho da Nestlé causou um impacto fenomenal nas famílias, nos aspectos ambientais e diminui as doenças causadas pela água poluída. É um impacto social de grandes proporções, e eles não fizeram isso com um programa de caridade”, avalia Porter. “Isso é responsabilidade social estratégica, é valor compartilhado. Não é ter uma boa colocação em rankings, nem mostrar para quantas entidades a empresa doa dinheiro – é o impacto social do seu negócio.”

Fonte: Envolverde/Instituto Ethos