Possíveis erros estratégicos da StarBucks Vs. McDonald`s – Parte 2

Olá caros leitores,
Como prometido hoje daremos continuidade ao artigo anterior StarBucks Versus McDonald`s.
A Starbucks amargou uma considerável queda nas vendas enquanto a McDonald`s superava expectativa que consistia em aumentos consideráveis de vendas em todo o mundo, tratamos no artigo anterior algumas ações estratégicas e os fatores de sucessos da McDonald`s, agora iremos listar alguns possíveis erros estratégicos da StarBucks.

• Não oferecer nada diferente em um momento de dificuldades econômicas;
• Não agregar valor ao seu produto;
• Com a queda de 97% dos lucros, partir para um dos piores erros, concedendo descontos em sua linha de alta qualidade, ao invés de criar linhas alternativas mais baratas. Estima-se para cada em 10% de desconto, a empresa típica precisará vender 50% a mais para manter o mesmo resultado final.
• Não desenvolver nichos alternativos em tempos de normalidade econômica, que acumularia experiência para em momentos de baixa econômica.

Em tempos de dificuldades econômicas diminuir custos é um caminho mais simples, e óbvio, o que diferencia uma empresa frente ao seu competidor é sua capacidade de resilência, essa se dá com a experiência e a capacidade de inovação.

Levado a uma breve reflexão sobre a StarBucks Vs. McDonald`s destaco a capacidade do McDonald`s em oferecer soluções de baixo custo e explorar seu Ponto de Venda com novos produtos, visto sua capacidade de observar nichos não explorados, nos quais careciam de baixos investimentos, aumento seu potencial de venda e trazendo a qualidade da experiência que é fundamental para que o cliente volte a fazer negócios com a empresa – o que, por sua vez, é a chave da lucratividade duradoura do negócio.

Portanto, descontos, corte de custos todos fazem, o diferencial está na sua capacidade de agregar valor ou seja dar alguma coisa que não sairá do lucro através de ações de exploração de novos nichos, novas linhas de produtos(Inovação).

Até breve,

Ricardo Santos

Como diminuir custos e gerar lucro

Ideias sustentáveis devem estar no centro do negócio e são fundamentais no posicionamento de qualquer tipo de empresa.
A crise está estampada nos jornais todos os dias e mostra consequências mais ou menos profundas, dependendo do setor da economia. Apesar de um clima de ameaça contagiando corações e mentes, há oportunidades, aprendizagens e possibilidades de evolução em diversas áreas, entre elas a da sustentabilidade.
Conceito que se incorporou ao jargão dos que têm clara percepção da realidade, mesmo que muitas vezes minimizado como sinônimo de saúde econômico–financeira ou equiparado à necessária e urgente atenção à degradação ambiental ou, ainda, explicado como a busca de desenvolvimento social e de redução de desigualdades. Sustentabilidade é, na verdade, a integração destas três dimensões e neste momento de crise, muitas empresas a tratam apenas parcialmente e com ênfase acentuada na primeira delas, a econômica.
Em seu nome, a estabilidade de resultados é perseguida, prioridades e estratégias são revistas, levando à diminuição de investimentos, da produção, de postos de trabalho. Medidas infelizmente necessárias e se feitas com critério, justas.
O risco é as outras duas dimensões serem “sacrificadas”, à espera de um momento mais oportuno para serem “tiradas da gaveta”, como se tratar questões ambientais e sociais fosse apenas uma tendência para os momentos de euforia econômica e de explosão da produção e do consumo. Parece lógico, mas é uma ótica equivocada, com benefícios apenas aparentes e imediatos.
Sustentabilidade apresenta uma grande arma de superação da crise, a começar pelo resgate de princípios éticos e de valores que devem orientar os negócios. Além de ser atitude, estratégia e inovação da empresa, sustentabilidade dá resultados concretos e se traduz em práticas e processos de trabalho. Diminui custos, reduz riscos, principalmente futuros, evita desperdícios, melhora relacionamentos e gera lucros.
Como? Vamos tomar o setor de varejo como exemplo, onde empresas de qualquer porte têm processos sustentáveis mais rentáveis para implantar. Começando pela construção “verde”, assim denominada porque privilegia a preservação ambiental como critério para projetos e obras de lojas, com iluminação natural, materiais de origem certificada, pé direito mais baixo, reuso de água, descarte de entulho etc. A construção sustentável tem um custo em média 15% mais alto, mas se justifica pela redução de custos operacionais já em curto prazo. Em 50 anos, a redução pode chegar a 80%.
Na logística e na operação da loja, iniciativas como o descarte de embalagens junto a cooperativas e indústrias de reciclagem geram emprego e renda. E trazem economias. Estudos apontam a possibilidade de descarte de lixo orgânico para a produção de biocombustível.
Muitas lojas, especialmente as de não alimentos, já utilizam as sacolas plásticas oxibiodegradáveis, que se degradam em contato com o ar, num prazo de até seis meses. Lojas de supermercados comercializam sacolas retornáveis e desenvolvem sacolas plásticas mais resistentes, mais caras, mas mais econômicas pela utilização em menor quantidade.
Consumidores têm se tornado cada vez mais conscientes e engajados, participando ativamente de programas de coleta seletiva de embalagens pós-consumo, adquirindo produtos orgânicos, produtos de marca própria sustentáveis ou de manejo sustentável, vindos de comunidades, cooperativas e associações de artesãos.
Junto a fornecedores há frentes importantes, como a negociação para redução de tamanho e utilização de matéria-prima certificada nas embalagens, exigências contratuais proibindo práticas trabalhistas ilegais e discriminatórias. Colaboradores podem ser também alvo de práticas interessantes, desde o estímulo à participação no processo de sustentabilidade, até a adesão a programas de voluntariado e relacionamento comunitário. A empresa pode, ainda, posicionar-se como “parceira” na solução de problemas locais e no desenvolvimento das comunidades em que atua, investindo no futuro.
Sustentabilidade mostra-se, assim, como um objetivo para qualquer tipo de empresa e deve estar no centro do negócio. Não precisa deixar para depois ou esperar que outras prioridades estejam resolvidas para então pensar a respeito. O momento certo para implantar é agora. Os benefícios serão reais e crescentes, uma grande oportunidade para o comércio e consumo conscientes e para um verdadeiro “ganha – ganha” empresa e sociedade.

Por Rosangela Bacima (consultora da Associação ECR Brasil (www.ecrbrasil.com.br) e sócia-diretora da RB Consultoria em Gestão Sustentável)
HSM Online
16/03/2009